Em mais um sequência de ações para construir pontes com o PMDB, o deputado Joares Ponticelli, presidente licenciado do PP, conversou com o vice-governador Eduardo Pinho Moreira, presidente licenciado peemedebista, logo depois de se avistar com o governador Raimundo Colombo. O assunto aliança chegou a ser tocado por Ponticelli, mas não foi a tônica do colóquio, mais centrado na agenda que o parlamentar cumprirá no exercício do governo.
Lacônico, Pinho Moreira considerou a conversa tranquila, fez uma pausa ao tratar do ponto eleitoral do encontro, algo complicado para ser digerido, por enquanto, pelos dois partidos, os maiores rivais no Estado. Porém, em política, as diferenças não são definitivas, caso contrário PMDB e os herdeiros do antigo PFL não teriam feito duas coligações vitoriosas ao governo – em 1994, com Paulo Afonso Vieira, e, em 2010, com Raimundo Colombo, aproximação mais facilitada pelos antigos demistas que já estavam na base de Luiz Henrique desde 2007.
Ponticelli tem praticado gestos na direção dos peemedebistas. Na última quinta-feira, fez uma visita ao ex-governador Paulo Afonso Vieira, diretor da Eletrosul e presidente em exercício do PMDB, para conversar. Paulo Afonso representa uma das resistências a uma composição com o PP. Também ligou para o senador Luiz Henrique para cumprimenta-lo pelo depoimento prestado à TVAL pela aniversário da emissora legislativa.
O problema é convencer as bases das duas siglas de que até a costura para dividir a presidência da Assembleia com o deputado Romildo Titon (PMDB) significa uma harmônica convivência. Não é bem assim. Os confrontos e diferenças históricas são barreiras que podem ser levantadas contra qualquer proposta de aliança.
Longe dali
O deputado federal Esperidião Amin confirma que conversou com Joares Ponticelli por telefone na última sexta-feira com ênfase para a reunião do Fórum Parlamentar Catarinense, transferida por sugestão do ex-governador para que o governador em exercício possa participar, no próximo dia 11.
Mas Amin teve um encontro, ontem, com o deputado João Pizzolatti, debateu cenários, encontrou semelhanças nas análises do colega de Câmara e quer que, junto com Ponticelli, o partido avalie as possibilidades em Santa Catarina. A tese de estar com o PMDB é considerada improvável por Amin e Pizzolatti, mas com o PT ou o PSDB ganha força.
PARA AFINAR A AGENDA
O governador Raimundo Colombo acertou com o deputado Joares Ponticelli (à direita) os detalhes de sua passagem pelo governo em encontro no gabinete do Centro Administrativo. A posse será às 14h do dia 8 de novembro e Ponticelli quer mobilizar os deputados de todos os partidos para a solenidade, uma forma de fortalecer que se trata de um ato de prestígio ao parlamento.
Companhia
Quando visitar o papa Francisco, no Vaticano, dia 20, Joares Ponticelli estará acompanhado do vice-governador Eduardo Pinho Moreira, que pedirá uma bênção ao sumo pontífice depois de passar pela perda da esposa Ivane.
O deputado Padre Pedro Baldissera (PT), o presidente Glauco Côrte (Fiesc), o prefeito José Schotten (PP), de São Martinho, também estarão com Ponticelli e Pinho Moreira.
Avaliação
Dia desses os presidentes nacionais Rui Falcão (PT) e Renato Rabelo (PC do B) fizeram uma avaliação do quadro eleitoral nos 26 estados e no Distrito Federal.
Os aliados colocaram um ponto de interrogação em Santa Catarina porque Falcão disse que é prudente esperar pelo resultado da eleição do presidente do diretório estadual, prova de que as coisas não são definitivas.
Um nome
Para Rui Falcão e Renato Rabelo, Esperidião Amin (PP) é candidatíssimo ao governo do Estado.
Amin ironiza a situação e afirma: “Não fulanizei a eleição, apenas partidarizei, mas isso pode ser bom, pode ser ruim”.
Sem conversa
Participação do vice-presidente da República Michel Temer na Conferência sobre Direito, Democracia e Liberdade de Expressão, onde fará a palestra de abertura, deixará os peemedebistas locais à espera de um tempo para uma conversa.
É que a agenda foi adiantada e Temer ainda atenderá a imprensa após o evento.
Cresceu
No famoso encontro na casa de Michel Temer, há um mês, os peemedebistas Pinho Moreira, Paulo Afonso, os deputados Mauro Mariani e Rogério Peninha Mendonça, além do presidente nacional em exercício, o catarinense Valdir Raupp, senador por Rondônia, ouviram uma declaração interessante.
Temer disse que a proposta do senador Luiz Henrique de unir PSD, PMDB e PT no Estado fazia eco no Palácio do Planalto, pois Dilma quer os petistas junto com Colombo, ponto contra a aventura da candidatura própria dos peemedebistas.
fonte: roberto azevedo